Por: Geani Paula de Souza/Comunicação Assesoar

Sem medo da chuva, as mulheres foram chegando para o Encontro Regional, neste 08 de março, trazendo muita animação, frases de lutas e rememorando muitas companheiras. A atividade, que aconteceu na Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar), reuniu aproximadamente 130 mulheres de toda região, entre agricultoras, indígenas, atingidas por barragens, trabalhadoras urbanas, estudantes e quilombolas.

“É tempo de Avançar: Pela vida, trabalho e território das Mulheres”, este foi o tema e lema do ano que embalou as falas e cartazes das organizações, durante a plenária, que foi bastante animada pelas músicas e poesias.

A indigena Jociele Luiz, do território de Mangueirinha, enfatizou em sua fala a importância da vida, mostrando o corpo como território das mulheres. “O nosso corpo é nosso primeiro território, respeitem”, indaga a indigena, que leu uma carta de manifesto das mulheres indígenas.

Amandha Silva Felix, da direção estadual do Movimento Sem Terra (MST), fez uma análise acerca do tema e lema do encontro, e mostrou a importância da data de 08 de março, como um dia de luta.

“Essa luta política que a esquerda demarca e que nós temos historicamente em nosso calendário, ela não é algo para dizer pra nós parabéns por que vocês estão aqui, é para a gente dizer que a gente tá aqui, que chegamos até aqui porque nós temos uma trajetória de pressão, de violência e de invisibilidade”, disse Felix.

Historicamente o capitalismo utiliza esta data como propaganda de comemoração ao dia da mulher, invisibilizando assim, a luta das mulheres em conseguir e conquistar seus direitos.

“O capitalismo está no topo, sustentado pelo patriarcado, sustentado por esta questão do gênero, da divisão internacional do trabalho, da divisão sexual de gênero, e da questão racial”, explica Amandha.

Unidade e coletivo 

As mulheres têm histórias de vidas diversas, e o que mais une todas é de fazer parte de um coletivo, de um movimento, “aquela voz, fortalece a sua voz”, foi assim que a Professora Sonia Maria dos Santos Marques, da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, iniciou sua contribuição, enfatizando em suas falas a questão da violência contra as mulheres.

“Enquanto existir violência na casa de uma mulher, nós não podemos nos tranquilizar, porque sabemos que outra mulher está vivendo a violência, então pensando na frase, é tempo de avançar pela vida, nós mulheres lutamos cotidianamente pela vida”, destaca Marques.

A professora ainda ressalta que não há como retroceder nesta luta pela vida das mulheres, e em um coletivo, esta luta é obrigatória. “Nós como coletivo temos a obrigação de tentar manter essas vidas, então lutar pela vida, é lutar pela nossa e por este coletivo de mulheres”, salienta.

Ato em solidariedade às mulheres e crianças da Palestina

Desde de outubro de 2023, temos assistido ao genocidio do povo Palestino na faixa de Gaza, onde a grande maioria dos mortos são crianças, mulheres e idosos, com isso a solidariedade e o pedido de “Palestina Livre”, é importante para pedir o cessar fogo, e dar mais visibilidade ao que esta acontecendo.

Com uma batucada, as mulheres adentraram a plenária cantando, e com lenços e boneca no colo, pediram, “Salvem as crianças e mulheres Palestinas”.

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