Por: Comunicação Assesoar

A Assesoar desde sua constituição, tem como um de seus objetivos, gerar e potencializar formas de produção que aumente a autonomia alimentar da região, contribua para a viabilização das famílias do campo, fortaleça o diálogo entre os trabalhadores do campo e da cidade e que promova, principalmente, o cuidado com a natureza.

Para avançar neste objetivo, uma das tecnologias trabalhadas é a agrofloresta, agricultura na floresta, que procura resgatar e restabelecer vínculos de respeito e cooperação entre os seres humanos e a natureza.

Foto: Acervo Assesoar

“Em termos ambientais, a agrofloresta é a prática produtiva de menor impacto ambiental e de regeneração das áreas produtivas e preservação da biodiversidade. A diversidade de plantas contida nela permite uma grande ciclagem de nutrientes e cobertura do solo evitando a perda tanto de água quanto de solo, ampliando a fertilidade do sistema”, esclarece a agrônoma, Janete Rosane Fabro, da equipe da Assesoar.

Neste ano, foram implantadas três agroflorestas, no município de Realeza, em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), outra no município de Pato Branco, em uma Unidade de Produção e Vida Familiar (UPVF), certificada pela Rede Ecovida e que participa ativamente da Plataforma da Comida Saudável do município. E a terceira está sendo implementada na Terra indígena de Mangueirinha, em parceria com a Associação Socioambiental Indígena Kaingang Guarani (Asaikg).

Ao total estão sendo implantadas mais de 1300 mudas, de 35 variedades, escolhidas pelas famílias e comunidades, de acordo com a aptidão do solo, expectativa de produção e comercialização, condições climáticas e de preservação do agroecossistema.

Foto: Acervo Assesoar

Para o agricultor familiar agroecológico do município de Pato Branco, Irio Pirola, a agrofloresta traz muitos benefícios tanto para ele, como também para a natureza que vai se recompondo.

“A gente ta vendo que as grandes lavouras estão tomando conta, e muitos insumos agrícolas cada vez varrendo mais as nascentes e prejudicando as árvores frutíferas, e então a gente procurou usar este sistema para que a gente produza uma fruta, um alimento com mais qualidade, e que as nascentes se mantenham e aumente mais o volume de água para o nosso consumo, dos filhos e netos”, comenta Irio.

Implantação na terra indígena

Na Terra indígena de Mangueirinha, em parceria com a Associação Socioambiental Indígena Kaingang Guarani (Asaikg), foi implementada uma agrofloresta de 6500 metros, com uma diversidade de mudas frutíferas, nativas e exóticas, além das plantas condimentares, como o louro.

Foto: Acervo Assesoar

Além destas mudas, serão implantadas mais de 500 mudas de erva mate, com o objetivo de consumo e também comercialização, em parceria com uma empresa que processa erva mate agroecológica.

Para os indígenas, essa implantação é um reconhecimento dos valores dos povos, pois resgatarão muitas árvores nativas. “A importância da agrofloresta para a terra indígena de Mangueirinha é a gente poder mostrar a possibilidade de a gente fazer a diversificação de culturas, e também agregação de valores dos modos tradicionais do nosso povo”, diz Marcio Kókoj Kaingang, indígena, e presidente da associação.

A unidade de referência tem o envolvimento de sete famílias indígenas, que estão se organizando de forma coletiva na implementação e manutenção da agrofloresta.

“Esta unidade de referência busca resgatar o modelo produtivo já desenvolvido e utilizado pelos povos indígenas, gerando pesquisa e validação, e também animar as famílias e grupos para ampliação da proposta dentro da Terra Indígena, para motivar o resgate alimentar, ampliação da biodiversidade, e geração de renda na perspectiva de inclusão nas politicas públicas como PNAE e outras possibilidades de canais de comercialização”, explica, Elisângela Loss, engenheira agrônoma, da equipe da Assesoar.

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