Manifestação com representantes da sociedade civil começou no calçadão na sexta-feira; O objetivo foi alertar a população sobre todos os problemas do Hospital Regional.

 

Na última sexta-feira, dia 21 de outubro, ocorreu uma audiência pública no auditório da Unioeste em Francisco Beltrão. O objetivo era expor e discutir as dificuldades enfrentadas pelo Hospital Regional, que foi inaugurado há pouco e já tem uma série de problemas estruturais e administrativos.

O dia começou com um protesto e panfletagem no calçadão da cidade, e logo em seguida os manifestantes se dirigiram à universidade para participar da audiência. Cerca de 250 pessoas estiveram presentes, e muitos dos participantes deram depoimentos denunciando uma série de deficiências no hospital. Entre os problemas apontados estão a falta de materiais, a estrutura construída de maneira errada (não isolando áreas “sujas” de “limpas”), sobrecarga de funcionários, mau uso dos equipamentos, convênios com empresas privadas e irregularidades administrativas relacionadas com o diretor Badwan Abdel Jaber.

Compuseram a discussão representantes do SindSaúde, a deputada estadual Luciana Rafagnin, o deputado Tadeu Veneri, a Fetraf, o promotor Eduardo Monteiro, funcionários do HRS, dirigentes sindicais e estudantes. O funcionário do HRS, Fernando Acosta, reclama da falta de organização do hospital e da má gestão de dinheiro público. Para ele, o HRS tem verba, tem dinheiro, foi construído para ser capaz de fazer procedimentos de alta complexidade, e ainda assim não funciona e possui laboratórios terceirizados.

Já um dirigente sindical de Chopinzinho expõe claramente o problema da estrutura física do local (a área suja está muito próxima da área limpa do hospital, facilitando a contaminação). “Como é que pode alguém aprovar um projeto totalmente irregular, fora dos padrões de segurança hospitalar? Eu queria conhecer o engenheiro que aprovou este projeto. É uma vergonha para o sudoeste do Paraná”, declara.

A deputada Luciana Rafagnin, por sua vez, disse que não dá para entender o porquê de o HRS ter funcionários sendo pagos, estrutura, equipamentos, e ainda assim não funcionar direito. Ela ressaltou a preocupação com o uso do mamógrafo (que está a ponto de perder a garantia e ainda nem saiu da caixa), já que mesmo com tantos novos casos de câncer de mama no Brasil, ele não está sendo operado.

A diretoria do Hospital Regional foi convocada para a audiência pública, mas não compareceu alegando um compromisso em Curitiba na mesma data.

Posts Recomendados

3 Comentários

  1. Esta nota do Hospital Regional do Sudoeste nao é verídica. O HRS nao poderia ter entrado em funcionamento em 2010, quando da sua inauguracao, com problemas graves,em todas as áreas. O atual governo do estado priorizou este Hospital e deu carta branca a atual direcao do HRS para que tomasse todas as medidas necessárias para resolver estes problemas. O HRS deixou de atender procedimentos simples, de baixa e média complexidade, e comecou a investir em equipamentos e profissionais para procedimentosmais mais complexos, que carecem na regiao. Passou de 20% para quase 80% de capacidade de funcionamento, e voltou-se para áreas críticas da saúde regional, como trauma e gestacao de alto risco. A atual direcao do HRS foi eleita pela SESA como a melhor gestao hospitalar de todos os hospitais regionais do estado. Portanto, antes da crítica fácil, procurem inteirar-se dos acontecimentos, buscando informacoes verdadeiras e sem conotacoes políticas. O HRS busca a gestao hospitalar baseada em estudos técnicos e que buscam a racionalizacao da aplicacao dos recursos financeiros. Para mais informacoes, facam-nos uma visita ou visitem nosso site.
    Gostaria, em nome do direito de resposta,que publicassem este comentário neste site, para que o debate seja o mais democrático possível.

    Dr.Badwan Jaber – Diretor Geral HRS

  2. Caro Badwan,

    Todos esses depoimentos foram coletados no dia da audiência pública, e expressam a opinião da maioria da população que estava presente. Falaram estudantes, representantes de entidades e sindicatos, funcionários do hospital, um promotor, a deputada Rafagnin e várias outras pessoas. Talvez o sr. julgue que todas essas falas sejam “inverdades”, mas não posso deixar de observar que nem o senhor e nem ninguém da direção do Hospital Regional esteve presente no dia da audiência para defender seu ponto de vista. Ouvir a opinião da sociedade civil não era sua prioridade naquele momento.

    Eu e todos os demais participantes nas reuniões a respeito do Hospital gostaríamos sinceramente de constatar que o que o senhor está dizendo é a mais pura verdade, que o HRS não tem tantos problemas quanto dizem por aí. Infelizmente, não é o que se tem ouvido falar da sua administração.

    Mas é claro que devemos, sim, ouvir o outro lado da história. Fico feliz que o senhor tenha se manifestado, e aproveito para reforçar o seu convite e instigar as pessoas a realmente fazerem uma visita ao Hospital e ao site, para formarem suas opiniões e as defenderem com mais conhecimento de causa. E convido também o senhor e a sua equipe administrativa para que da próxima vez participe do debate, a fim de tornar certas questões mais esclarecidas. Assim, a democracia e toda a população sairá ganhando.

  3. Sou uma cidadã beltronense, não trabalho na área de Saúde, portanto não faço parte de sindicatos afins e não tenho ligação nenhuma com partidos políticos.
    Porém ao contrário do que o Senhor Badwan insinuou, que quem fala que a situação do hospital não é boa precisa se informar melhor, eu já me inteirei sim sobre os acontecimentos do Hospital Regional.
    E me inteirei da forma mais verídica possível, me inteirei a partir de depoimentos dos próprios funcionários que não têm condições adequadas de trabalho.
    Me inteirei com declarações de pessoas que precisavam de cirurgias simples que poderiam ser realizadas no Hospital Regional, mas por se negarem a pedir favores políticos, tiveram que se deslocar até Curitiba para poder realizar tal cirurgia, e também com o caso de outras pessoas que apelaram para os tais favores políticos de algum deputado X e aí sim conseguiram ser atendidos.
    Me inteirei ao saber por fontes seguras que alguns setores do hospital já estão terceirizados, o que com certeza não está sendo feito para atender melhor a população e sim para atender a interesses particulares de uma minoria.
    Me inteirei através de alguns conhecidos que passaram no concurso público e até agora estão aguardando serem chamados para trabalhar.
    Após me inteirar de todos esses problemas, entre tantos outros, participei da Audiência Pública, afim de cumprir o meu papel de cidadã, para ver o que mais a população teria a falar e, principalmente, para ouvir também o outro lado da história, o lado da direção do hospital. No entanto, ninguém da direção esteve presente. Como dito acima, não priorizaram ouvir a população.


Adicionar um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *