Valdir Pereira Duarte, o mais velho dos cinco irmãos, filho de Terezinha Tedesco e Batista Pereira Duarte, nasceu em 04 de novembro de 1958, em Severiano de Almeida, região do Alto Uruguai – Rio Grande do Sul. Mudou-se para o Paraná, na década de 80, casou-se com Judite Beatriz Walker, companheira de todas as horas, tiveram a filha Angelita e o filho Leandro.
Valdir despendia de um amor, de um companheirismo e de um carinho incondicional por toda a família, amigos e companheiros. Trazia sempre grande humildade, simplicidade, alegria, conhecimento e sabedoria a todos os lugares.
Leia a memória na integra no link abaixo.
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Dois acidentes me levaram dois filhos e sei o quanto é duro aceitar e vivenciar a perda de alguém tão próximo e tão presente na vida das pessoas e das instituições.
A vida é tão frágil que nos assusta estar todo o dia na estrada, mas sabemos que é fundamental enfrentar nossa realidade contemporânea. Seria covardia desistir com medo de perder a vida.
Mas a vida é tão perene que, quando bem vivida e assentada na solidariedade, se pereniza e eterniza nas memórias, nas ações e na vida dos que levam as mensagens construídas coletivamente durante este breve momento de nossa passagem pela terra e pela comunidade.
Certamente o Valdir será sempre presente pelo que construiu, pelo que viveu e por aquilo que vivemos, junto com ele, durante tantos anos.
Buscando sempre ser ele mesmo, mas com amplos espaços para a construção da solidariedade, ele me marcou pelo que sempre foi enquanto pessoa e enquanto agente de um processo coletivo.
À Assesoar, seus sócios e seus funcionários e famílias, à família do Valdir e a todos os que conviveram com ele meus pêsames.
Jaci Poli
Meus Pesâmes aos familiares e amigos do Valdir. Ele estará presente em nossas mentes e corações, pelo sua caminhada brilhante na busca de um mundo mais justo e fraterno.
Valdir.
Amigo/irmão de caminhada e luta.
Nos conhecemos há quase quarenta e trabalhamos juntos por quase trinta anos.
Ontem, dia 22 de abril de 2015, quando eu voltava contigo da Argentina, estendi meu braço sobre o caixão que, naquele momento, envolvia teu corpo antes que ele voltasse para a terra e dela fizesse parte novamente, e uma pergunta me ocorreu: por que você foi fazer Doutorado em Antropologia Social em Missiones, na Argentina, uma das Regiões mais pobres da América Latina? Logo entendi que sua escolha não foi por acaso e que ela está relacionada à sua opção em defesa de um projeto de sociedade onde todas e todos vivam com justiça e dignidade.
Lá pelas tantas tive vontade de te dá uns tabefes. Por que você fez isso com a gente? Por que você vai embora assim, repentinamente, sem avisar. Quando chegamos em Francisco Beltrão, vimos muitas pessoas dizendo: o que é isso Valdir, por que você foi embora assim? Você era muito importante para nós. Você vai fazer muita falta.
Foi quando percebi que, apesar do seu jeito tranquilo, quem estava com vontade de nos esbofetear era você. Foi quando eu ouvi tua voz serena e firme dizendo: como assim!? Quem disse que eu queria ir embora? Quem disse que eu queria morrer? Todos nós sabemos que fatalidades acontecem mesmo sem a gente querer. A única forma de evitá-las seria ficarmos parados. Porém, eu sempre preferi o movimento.
Mas se vocês dizem que eu fiz algo de bom; se vocês dizem que eu plantei sementes que merecem ser cuidadas, então não as deixem morrer. Vocês podem e eu sei que podem continuar o que estávamos fazendo juntos. Eu estarei sempre por aí com vocês.
Valdir não foi e não irá embora não. Ele continuará vivo. Temos fé, temos esperança, temos sonhos e temos um horizonte que sempre nos impulsiona a continuarmos andando.
Amigo Valdir,para os que, assim como eu, acreditam que a ciência “não explica tudo”, você certamente está num lugar de muita luz! A mesma luz que você sempre significou para as pessoas, instituições e movimentos populares com os quais conviveu, sonhou e construiu.
Eu, muitas vezes, em conversa com minha esposa (Aneli), ao falarmos dos amigos ou das pessoas que marcaram nossas vidas, você, juntamente com o Claudino Veronese eram os primeiros que vinham em minha lembrança.
Sua sabedoria, sua simplicidade e a bondade estampada em seu rosto eram (são) a marca de suas existências, certamente com muita afinidade com o BEM, O BELO e o JUSTO. O que eu mais admirava (admiro) em você era (é) a sua firmeza de propósitos, porém sem sofreguidão, sem rótulos, sem rompantes, sem subterfúgios e sem imediatismo, mas com muita persistência, assiduidade e firmeza!
Não esqueço de uma visita que você me fez aqui em Florianópolis, e lá pelas tantas, quando a conversa enveredou para as dificuldades enfrentadas pelo o Governo Lula, início da crise do mensalão, etc.. Eu, muito preocupado, fazia algumas colocações e questionamentos, então você, com sua calma e muita lucidez flava do Governo Lula como um processo (meio, instrumento) e não como um fim em si mesmo. E a conversa andou…, andou…quanta lucidez meu amigo!!!
Certamente seus familiares e amigos sentirão saudades, muitas saudades, mas não sentirão sua falta, porque pessoas como você não fazem falta, exatamente porque nunca vão embora, estão sempre presentes nas nossas lembranças, nos sonhos, nas esperanças e na crença segura de uma vida mas bela, mais iluminada, mais includente, mais saudável e mais justa e mais feliz.
Amigo Valdir, continuaremos contando com sua luz até sempre!!!