No quadro mundial, vivemos tempos de angústia. Quase nos convenceram que a única saída estaria no mercado liberal e que as soluções para as crises viriam dos países do capitalismo central, sem a necessidade de mudanças estruturais.

Todas as saídas até agora implicam mergulhar de cabeça na sociedade de consumo. Para além desta cortina de fumaça, sabemos que essa crise é fruto do colapso de uma civilização na qual a maioria da população vive à margem dos bens produzidos.

Num esforço de contraposição ao pensamento único liberal, vozes soaram no mundo e, na América Latina, entre outros, o povo brasileiro acenou para novas possibilidades. Com o governo Lula, programas sociais levaram um mínimo de dignidade a milhões de famintos, ampliou-se o ensino universitário, as privatizações cessaram, o crédito expandiu-se para além da elite e demonstrou-se que, mesmo nos horizontes liberais, é possível melhorar a distribuição de renda, o que ‘salvou’ o Brasil da crise.

Claro que uma das características fundamentais do governo Lula foi a contradição. Apesar das mudanças, o país se mantém refém do capital internacional. Refém ilustre, mas refém. O capitalismo central seguirá sangrando. Mesmo estando de pé e parecendo forte atualmente, num futuro breve haverá fragilidade. A não ser que o Brasil comece a fazer sangria em seu favor, a partir de outros países mais frágeis da América Latina ou África, seguindo a cartilha do ‘livre mercado’.

Baixe o arquivo em .pdf  –  Revista CAMBOTA 263 – dezembro de 2010

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