Um curso pensado e formado por trabalhadores e trabalhadoras das organizações do campo e da cidade, com objetivo de viabilizar formação cientifica sobre a realidade brasileira, e formar educadores, técnicos e lideranças para qualificar a atuação junto às escolas, organizações e movimentos sociais, a partir da realidade concreta que estão inseridos.

Assim, foi pensado a II edição do Curso em Realidade Brasileira, fruto da parceria entre a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR) e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Laranjeiras do Sul.

O Curso em Realidade Brasileira, turma Valdir Duarte, que nesta edição foi organizado na modalidade de especialização e extensão, teve como coordenação politica pedagógica os movimentos, organizações, sindicatos e entidades do Fórum Regional do Sudoeste do Paraná, e encerrou no sábado (11), com a formatura de 15 educandos e educandas vindos especialmente das regiões sudoeste e centro-sul do estado. Os estudantes que passaram pelo curso, em sua grande maioria, possuem inserção e vínculo em entidades e movimentos sociais.

Cristiane Katzer, da direção executiva da Assesoar, e coordenação do Fórum Regional, destaca a importância de uma formação voltada aos trabalhadores. “Só nós trabalhadores e trabalhadoras sabemos o sacrifício que é para a gente um momento como esse, as dificuldades que os trabalhadores e trabalhadoras precisam enfrentar para concluir o estudo, desde o ensino fundamental, até o ensino superior. E neste curso de CRB além de adquirir o conhecimento, a gente não fica só nele, adquirir conhecimento para agir e transformar ao nosso redor”, avalia Katzer.

A turma iniciou na modalidade virtual, em meio a pandemia. A duração desta primeira fase ocorreu entre os meses de junho e dezembro de 2021. Em dezembro de 2021, ocorreu o primeiro momento presencial da turma, na sede da Assesoar, em Francisco Beltrão.

O mesmo foi organizado na modalidade de alternância. O tempo universidade presencial ocorreu em sete etapas e teve como local principal a sede da Assesoar. Além disso, uma das etapas ocorreu na UFFS, campus Laranjeiras do Sul, e outra, ocorreu no Instituto de Educação Josué de Castro, em viagem de estudos para o estado do Rio Grande do Sul.

Para o professor, Dr. Regis Clemente da Costa, da UFFS, participar do CRB e formar sujeitos é brigar contra o sistema. “Todo momento que um trabalhador se forma, é uma pane no sistema, por que não é o projeto que estava pensado para mim e para todos que estão aqui e são trabalhadores e filhos de trabalhadores, e são essas panes do sistema que contribuem para que a gente continue acreditando que é possível mudar este sistema que não pensa em todos, que não pensa no trabalhador, que não pensa em quem passa fome, não pensa em quem está desempregado”, enfatiza o professor, que representou a universidade na mesa de honra.

Dado a natureza do curso, nesta edição, se estabeleceu um processo de educação formal e popular, proposto a partir de diversos tempos e espaços educativos. Perpassando o método da práxis, e a metodologia das Unidades de Estudos, onde os estudantes foram inseridos em experiências concretas reais de organização social.

Originou-se deste processo, os trabalhos individuais de conclusão de curso de cada educando, em consonância às contribuições militantes e sistemáticas através da ação coletiva organizada dos integrantes do curso a cada espaço estudado.

“Estar nesse momento celebrando, ele significa que militantes, educadores, direções das organizações, movimentos e sindicatos, puderam contribuir na elaboração dessa realidade, que certamente essa formação nossa também vai contribuir muito nos nossos espaços de formação”, disse Natiele Minusculi, formanda do CRB, e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

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