Por: Geani Paula de Souza/ Comunicação Assesoar

No final de 2019 a equipe da Assesoar recebeu a visita do casal Belga Lieve e Rene Verbesselt que integravam a equipe da Assesoar entre os anos de 1970 a 1973.

O ano era 1970, quando um jovem casal Belga, Rene e Lieve Verbesselt decidem vir para o Brasil realizar trabalho social. O lugar, o sudoeste do Paraná, em Francisco Beltrão.

Rene Verbesselt, quando terminou os estudos na Bélgica, poderia escolher entre o serviço militar ou um serviço civil em algum país em desenvolvimento, aí a decisão de vir para o Brasil, onde já havia um grupo de padres Belgas, que eles conheciam e trabalhavam com a Assesoar.

“Nós ficamos 3 anos no Brasil, naquela época Assesoar era no colégio velho das irmãs, comprado com dinheiro vindo da Bélgica pelo DISOP”, relatam eles.

DISOP(Desenvolvimento Integral Sudoeste do Paraná) é uma ONG que desenvolve projetos de educação, formação de cooperativismo e escolas familiares rurais, no início era apenas no sudoeste do Paraná, mas depois as ações iniciaram em outros países da América Latina (Chile, Peru, Guatemala), na África (Kameroun, Mozambique) e na Ásia (Filipinas).

Rene hoje faz parte da coordenação do DISOP, que foi criado em 1965 especialmente para ajudar no trabalho do padre José Caekelbergh na fundação da Assesoar.

A equipe da Assesoar, na época, morava todos juntos na casa onde funcionava a instituição. “Era uma mistura, tinha freira, tinha o Irmão Cirilo, aquele que elaborou o livro das plantas medicinais”, lembram eles, com carinho dos colegas.

O trabalho que realizavam na época, de 1970 a 1973, era dar assistência aos grupos de comunidades de base, que foram criadas pela igreja, em toda a região sudoeste do Paraná.

“Ao lado da formação social, comunitária e religiosa, nós desenvolvemos uma formação prática para mulheres e homens. Um trabalho comparável com “Tecnologias Ecológicas” de hoje”, contam eles.

Para realizarem os trabalhos, eles mandavam avisos pelo rádio para as comunidades, avisando que a Assesoar iria fazer formação em tal comunidade. Para isso, eles organizavam cartazes sobre os determinados assuntos.

“Cedo era a missa, e depois as reuniões. Um grupo pela manhã, dois grupos a tarde. E com cartazes íamos realizando as formações, depois é que conseguimos fazer cartilhas”, conta Lieve.

Na época, com o Sudoeste em desenvolvimento, as dificuldades eram várias, entre elas a comunicação com parentes na Bélgica, o transporte menos desenvolvido e as estradas que eram bastante precárias. Mas, uma das coisas que se destaca era a ditadura militar, pois era bem na época que eles estavam no Brasil. “O regime militar desconfiava do trabalho que realizávamos com os grupos de base”, conta Verbesselt.

Dentre as dificuldades e desconfianças o trabalho que a Assesoar desenvolveu e ainda desenvolve com os agricultores já dura 54 anos, e sempre teve como bandeira a formação de base com os camponeses e a luta pela agroecologia.

“A história do Disop é um pouquinho da história da Assesoar, e nós ficamos sempre com a Assesoar na ideia”, termina Rene, lembrando das histórias que viveram na década de 70 no sudoeste do Paraná.

Posts Recomendados

2 Comentários

  1. Estive com eles na Queijaria Colonial Silva em Planalto. Gildo e Alvina falaram dos trabalhos de formação da Assesoar, Curso de Agroecologia, ocasião que se conheceram e depois construíram a Queijaria. Rene e Lieve estavam acompanhados por professores da Casa Familiar de Capanema. Eu e Sonia representávamos a Deputada Luciana em uma visita à Queijaria produzindo um material de divulgação que pretende dar visibilidade à vasta produção de Queijos artesanais na região. Tal estratégia visa construir força política das queijarias para avançar em aspectos da legislação que, atualmente, visa mais punir tais iniciativas e pouco apoiá-las. O casal belga ficou feliz em perceber essas iniciativas se viabilizando e torcem para que a legislação as ajude e não atrapalhe.


Adicionar um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *