Só no município de Capanema, mais 200 famílias ficaram desabrigadas pela enxurrada das águas liberadas do reservatório da Usina do Salto Caxias, no domingo, dia 08 de junho de 2014. O sistema de monitoramento hidrológico do Rio Iguaçu, operado pela Copel, registrou 29.100 m³ por segundo na vazão do Rio Iguaçu. No entanto, os estragos, superiores ao record histórico das enchentes, alcançou tamanha proporção devido ao manejo das comportas da usina.

Como a matéria-prima da produção de energia é a água, fica evidente a intenção era armazená-la em grande quantidade para manter pico máximo de energia, ou seja, para alcançar um índice elevado de lucro. A imprudência de manter as comportas fechadas, mesmo com a grande quantidade de chuva levou ao risco de rompimento das estruturas da barragem, obrigando a abrir todas as comportas ao mesmo tempo, o que provocou, sem aviso em tempo hábil, uma enxurrada com o nível da água alcançando 4m acima da enchente de 1983, lembrada pelos moradores atingidos.

Onde as casas não foram destruídas, as famílias perderam tudo. Quem assumirá a responsabilidade?

Várias casas como essas foram levadas pela força da água

Observa-se a tendência das autoridades em atribuir a responsabilidade pelos estragos apenas à chuva, ou realizar o jogo de encontrar culpados em função do período eleitoral. No entanto, o Estado precisa assumir seu papel na defesa da dignidade humana e encontrar maneiras de resolver a situação das famílias atingidas.

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