O Fórum Regional das Organizações e Movimentos Sociais Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná, o qual abrange 12 organizações que se estendem nos 42 municípios da região, se somam ao apelo do Bispo Dom Edgar Xavier Ertl da diocese de Palmas/Francisco Beltrão por um lockdown devido, segundo as recomendações dos pesquisadores e órgãos de saúde, sem flexibilização das atividades que promovam aglomerações para evitar uma tragédia regional como se segue na nacional.

O Brasil está passando por um dos piores momentos da pandemia do novo coronavírus (2019-nCoV). Aproximadamente 11 milhões e meio de pessoas foram infectadas e quase 300 mil mortes, fora os casos subnotificados.

Mais de um ano de pandemia e nenhuma medida efetiva está sendo tomada pelo governo federal. São 11 vacinas que estão sendo aplicadas pelo mundo. No Brasil, a aplicação da CoronaVac e Oxford/AstraZeneca, anda a passos lentos, em decorrência do projeto de morte executado por Bolsonaro, que segue, intencionalmente, sem preocupação com a vida. Com uma gestão desorganizada e desencontrada com os estados e municípios em relação a pandemia e a crise sanitária.

Para a gripe H1N1 em 2009, em 3 meses foram vacinados quase 80 milhões de brasileiros, ganhando, em seguida, autossuficiência pelo acúmulo científico e tecnológico e capilaridade da saúde no Brasil. No entanto, para a pandemia da Covid-19, se o Brasil continuar neste ritmo, serão vacinadas 70% da população somente em 2024.

Desde o início da pandemia, por recomendações dos principais organismos internacionais de saúde, o isolamento social é a principal recomendação como medida preventiva e redução do nível de contágio, além da higiene frequente das mãos e o uso de máscaras, mesmo àquelas pessoas que não apresentam sintomas (assintomáticas).

Segundo Lucas Ferrante, que faz parte de um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, os quais previram a segunda onda da pandemia em Manaus quatro meses antes dela acontecer, o Paraná tem adotado uma das piores medidas de distanciamento social do Brasil, e em meio a está crise, tem pressionado a volta as aulas, justamente o que ocorreu no Amazonas, que forçaram o retorno as aulas, resultando nesta nova variante do coronavírus, que é 2 vezes mais transmissíveis, sendo cerca de 10 vezes mais carga viral no organismo das pessoas, o que causa um período maior de internação e até precoce em relação a variante que circulava no Brasil no ano passado.

A situação do Paraná é crítica em relação aos outros estados brasileiros, podendo chegar ao triplo de contaminação na última semana de março, se seguir neste ritmo paliativo. Os pesquisadores recomendam ampliar a testagem e realizar com urgência um lockdown de no mínimo 21 dias, restringindo a mobilidade urbana de 90% e ampliar as taxas de imunização para que não ocorra a terceira onda no estado e a saúde dos municípios entre em colapso irreversível.

Recomendam ainda que as aulas presenciais ou híbridas sejam retomadas quando 70% da população paranaense estiver vacinada. Esta nova variante ataca principalmente jovens. Na Europa foi verificado, principalmente na Suíça, um país considerado de ¨primeiro mundo¨, que tem trabalhado com um dos melhores protocolos, houve uma mortalidade acima da média histórica de crianças entre 6 e 16 anos de idade. Isso mostra que as crianças também são atingidas de forma letal pelo coronavírus. Por isso, não é recomendado de forma alguma o retorno presencial e híbrido, tanto para as escolas públicas, quanto para as escolas privadas.

A população está em risco, um estudo recente publicado na revista Scientific Reports as crianças tem uma carga viral equivalente a dos adultos, ou seja, elas transmitem equivalente, mesmo sendo assintomáticas, portanto este retomo, propícia uma maior transmissão comunitária do vírus na população, alavancando esta onda. As crianças tem capacidade de contaminar os professores, os funcionários das escolas, os pais, os avós, levando esta pandemia em proporções fora do controle dos gestores e da capacidade de saúde pública em responder e atender a demanda de internações e de UTIs.

Os/as profissionais da área da saúde, estão exaustos depois de 1 ano de luta na linha frente de combate à Covid-19, já vinham com seus direitos violados, hoje sofrem ainda mais pela falta de equipamentos de segurança adequados e exploração acentuada do trabalho.

Se os transportes municipais e interestaduais tivessem sido fechados, o estado não teria o alastramento desta nova variante, que agora já está amplamente distribuída nos interiores de todo o Brasil, que está predominando nas infecções.

Portanto, mesmo que realizado um lockdown de 21 dias, é importante que não sejam flexibilizadas as atividades que promovam altas aglomerações ou ampla circulação de pessoas como festas, shows e retorno das aulas, isso só deverá ser retomado com 70% da população vacinada, do contrário, o Paraná poderá chegar até numa 4 onda de contaminações e óbitos.

O modelo SEIR (Susceptíveis, Expostos, Infectados e Recuperados) que está sendo utilizado por estes pesquisadores, têm crédito com precisão e antecedência ao aumento de casos a nível mundial. Portanto, gestores públicos federal, estadual e municipais, as medidas devidas devem ser tomadas para que está calamidade pública não se agrave.

Vidas não voltam. A vida vale mais.

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