Dirigentes do Sintraf e Claf participam de encontro sobre comunicação popular e produção de alimentos saudáveis em Dois Vizinhos

No dia 28 de maio, lideranças do Sintraf e da Claf de Dois Vizinhos, participaram de uma formação, realizada em parceria com a Assesoar, que tratou do tema comunicação popular e a produção de alimentos saudáveis e acessíveis ao povo – eixo estratégico de atuação dessas organizações.

Recentemente, o município foi beneficiário do programa do governo federal Da Terra à Mesa, desenvolvido por convênio entre o Ministério do Desenvolvimento (MDA) e o Ceasol, em rede com os sindicatos da agricultura familiar. O programa tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar em todo o país, por meio do incentivo à produção de alimentos saudáveis, práticas agroecológicas, acesso à água e assistência técnica rural, com ênfase no método do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).

Durante a atividade, foi apresentado um panorama do programa “Da Terra à Mesa” na região. Em Dois Vizinhos, nove famílias já estão integradas à iniciativa. No Paraná, o número chega a 200, enquanto, no Sul do Brasil, são 600 famílias envolvidas.

Segundo Eder Borba, educador popular da Assesoar, um dos desafios é ampliar a visibilidade dessas ações. “É preciso utilizar a comunicação popular para divulgar o trabalho das famílias que produzem alimentos saudáveis. A sociedade precisa reconhecer esse esforço que acontece, muitas vezes, de forma silenciosa”, afirmou.

Éder também destacou os benefícios do SPDH, um método que alia técnicas agroecológicas e respeito à biodiversidade. “Esse é um programa que está apenas começando no Paraná, mas já está em ampliação em todo o Sul do país. É muito importante para a saúde de todos e para o meio ambiente que utilizemos cada vez menos agrotóxicos”, ressaltou.

Durante o encontro, agricultores presentes relataram desafios enfrentados na produção agroecológica, como o arrendamento de terras e o uso de drones por vizinhos para aplicação de agrotóxicos. Este último problema tem afetado diretamente os cultivos agroecológicos, já que os defensivos químicos se espalham pelo ar e atingem lavouras próximas, mesmo sem contato direto.

A atividade também foi um espaço para aprofundar os fundamentos técnicos do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), baseado em pilares como a transição agroecológica, biodiversidade, autonomia das famílias, aumento da produtividade, diminuição dos custos e equilíbrio dos ecossistemas, a diversificação de culturas com rotação e plantas de cobertura, e a cobertura permanente do solo com matéria orgânica. Esses elementos ajudam a preservar a estrutura do solo, manter a umidade, reduzir pragas e doenças, e estimular a vida biológica no campo.