Por: Comunicação Assesoar

Animadas com a construção de um espaço de conquista e valorização feminina, é que um grupo de mulheres agricultoras buscaram formação na área da cooperação para formar a Associação de Mulheres Agricultoras Familiares de Santo Antônio do Sudoeste Sabores do Leite.

O grupo iniciou no ano de 2010, a partir de experiências que ouviram e visitaram nas formações sobre cooperativismo. “Foi surgindo aos poucos, a gente foi se organizando, iniciamos com um curso sobre cooperativismos, que a Unicafes realizou”, conta a agricultora familiar Sonia Schlickmann.

A Associação de Mulheres Sabores do Leite, iniciou com as produtoras de leite no município, e a sede era no sindicato da agricultura familiar. Depois da associação concretizada, elas foram atrás de recursos para viabilizar o trabalho, e a partir disso as mulheres foram participando e ocupando espaços de lideranças, pensando sempre na autonomia das mulheres.

Hoje a associação é composta por 25 mulheres, e já foram beneficiadas 13 agroindústrias com o trabalho da associação. Quatro agroindústrias são na área dos ovos e duas na área de leite, além das de panificados, a da mandioca e uma na área de embutidos. Além dessas, tem mais duas que estão se organizando para fazer polpa das frutas.

“A gente sempre tem como meta ajudar aquela mulher que já esta fazendo alguma coisa de produção ou processamento de alimento, para ajudar ela a ir um pouquinho mais rápido do que ela iria sozinha”, diz Sonia Schlickmann.

Além das vendas nas agroindústrias, as mulheres também levam seus produtos para a feira do município, uma das atividades coletivas que elas fazem. Segundo elas, a feira estava parada, tinha apenas dois produtores, e a partir de um trabalho de organização, hoje ela é coordenada por mulheres, e aumentou o número de feirantes.

Na feira elas tem um espaço, uma barraca que é da associação. O objetivo dessa barraca é se alguma mulher em alguma comunidade que faz um produto bom, e ela quer vir vender, ela pode, então seria um espaço que é livre para as mulheres do município. “Qualquer mulher que queira vir experimentar como é vender o seu produto e se capacitar, ela pode vir. Mas com a pandemia esse espaço não está tendo muitas pessoas”, conta Schlickmann.

Com a chegada da pandemia de covid-19, muitos espaços coletivos e que reuniam muitas pessoas, ficaram fechados para diminuir a disseminação do vírus, esse é o caso das feiras, e para isso a associação de mulheres teve que se organizar e se reinventar nesse momento de pandemia, surgindo a ideia do delivery da feira.

Com o delivery da feira, as entregas de produtos aconteceram de forma direta ao consumidor, e tem dado muito certo, mesmo com o retorno das feiras as produtoras continuam fazendo o delivery, e com isso é mais uma renda e o aumento na produção dos alimentos.

Hoje, além dos trabalhos na área da produção que já realizam, as agricultoras estão iniciando um grupo agroecológico na associação, mesmo encontrando resistência de que o orgânico não da certo, elas continuam resistentes na proposta, para que produtos cada vez mais saudáveis cheguem a mesa dos consumidores.

Autoestima e o bem-estar das mulheres

Para as agricultoras a participação nesses espaços é muito importante, pois melhora autoestima e a autonomia quanto mulher, elas estão procurando avançar sempre, seja na formação na área da produção, ou enquanto libertação do modo de pensar.

“As mulheres se libertam mesmo, criaram uma força muito grande, criaram voz em casa e se tornaram lideranças. Hoje em Santo Antônio nós temos um grupo de mulheres todas lideranças fortes, que se tiver que assumir, topar um projeto, uma entidade, elas estão preparadas”, comenta a agricultora familiar Neuza Rosane Lemes Viana.

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