O município de Pérola D’Oeste recebeu nesta terça-feira, 11/07, a 18ª Festa Regional das Sementes, do sudoeste do Paraná, com o lema, “Multiplicar a diversidade, como ferramenta de combate a fome”, que aconteceu no pavilhão da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, e reuniu mais de 900 pessoas, entre agricultores/as, lideranças, pesquisadores e estudantes de toda região sudoeste, além de caravanas de outros municípios e estados.

Em sua 18ª edição, a Festa Regional das Sementes se constitui como um espaço de articulação dos trabalhadores do campo e da cidade, e uma ferramenta de resistência, defesa, multiplicação e partilha das sementes crioulas, contribuindo para a soberania do campo e da cidade.

Esta edição da festa foi organizada pelo Fórum Regional das Organizações do Sudoeste do Paraná, em parceria com a Prefeitura municipal de Pérola D’Oeste, que organizou a alimentação para os participantes, além de apresentações artísticas, que as crianças das escolas do município apresentaram durante o evento.

A Festa das Sementes surge a partir do entendimento da importância de ter um momento para mostrar a riqueza que existe na região, fomentando a produção e a diversidade das espécies, além de contrapor o modelo do agronegócio.

Cristiane Katzer, agricultora familiar e coordenação do fórum regional das organizações, enfatizou as contradições na produção de alimentos no Brasil. “É contraditório um país como o Brasil, um país com um potencial produtivo enorme, ter 33 milhões de pessoas passando fome, isso é muito contraditório, e é para combater isso que a festa das sementes existe”, disse Katzer.

O agricultor familiar, Paulo Roberto Czecalski, do Sindicato dos Agricultores na Agricultura Familiar (SINTRAF), de Pérola D’Oeste, destaca os desafios para os agricultores em pensar um novo modelo. “Quando nós nos desafiamos a pensar um modelo diferente, que cuida da vida, que cuida da qualidade do meio ambiente, que cuida da natureza, ele é desafiador, por isso, continuamos firmes, preservando as sementes, preservando a natureza, que isso sim é qualidade de vida”, afirma Czecalski.

Partilha das sementes e biodiversidade

O momento mais esperado para a festa é a partilha das sementes e da biodiversidade, e mesmo com uma previsão do tempo que previa muita chuva para a região sudoeste, não assustou os agricultores e agricultoras que vieram partilhar suas sementes, mudas, ramas e flores na festa regional.

Nesta edição foram partilhados mais de 300 variedades de sementes, mudas frutíferas, hortaliças, ramas e flores.

“A gente sabe que o alimento começa pelas sementes, então por isso, nesse momento de partilha a gente possa levar as sementes para casa, cultivar e cuidar dela, e para que juntos, trabalhadores e trabalhadoras possamos combater a fome no nosso pais”, disse Cristiane Katzer.

A agricultora familiar, do município de Ampére, Rosemari Dalpont, participa das festas das sementes desde 2008, e fala da importância desse espaço para a troca. “É muito interessante participar e levar sementes, no nosso caso, a gente sempre traz e leva com o compromisso de poder trazer no ano seguinte”, destaca a agricultora que levou mudas de abacaxi, cana e batatinha.

O casal de agricultores, Enio e Lore Langer, do município de Sulina, participam desde a primeira festa das sementes, e nesta edição trouxeram mais de dez variedades, entre sementes e mudas, e puderam sair com a sacola cheia de diversidade. “A gente sempre conseguiu boas sementes, e sementes que contribui para a nossa alimentação e de outras pessoas”, disse Lore Langer.

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