Geani Paula de Souza/ Assessoria de comunicação da Assesoar

Em 12 de maio de 1943, o presidente Getúlio Vargas criava a Colônia Agrícola Nacional General Osório (Cango), que mais tarde se tornaria o bairro da Cango, em Francisco Beltrão. Duas décadas depois, no ano de 1966, um grupo de jovens agricultores, apoiados pelos Padres Belgas, da congregação do Sagrado Coração de Jesus, criavam a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR), com sede neste bairro.

Imagem do antigo prédio da Assesoar.

A Assesoar é uma associação de agricultores e agricultoras familiares, camponeses e camponesas, com mais de cinco décadas de história na valorização e promoção de valores democráticos, solidários, na defesa de uma sociedade justa e igualitária no campo e na cidade, e que foi constituída em 10 de fevereiro de 1966, por 33 jovens agricultores, militantes da Juventude Agrária Católica (JAC), com o apoio de padres belgas.

Com o objetivo de servir de apoio as ações que já estavam sendo desenvolvidas pela igreja, na época, definiu-se que a direção da organização seria gestada sempre por agricultores e agricultoras, afinal era, e ainda é, uma associação dos trabalhadores do campo.

A Assesoar tem hoje aproximadamente 180 associadas e associados ativos, residentes em 21 municípios da região Sudoeste do Paraná. “Vejo esta entidade como uma importante ferramenta de luta e defesa da agricultura familiar, e que ao longo de todos os anos têm contribuído muito com o fortalecimento desta classe”, comenta Lucas Daniel Felizardo, agricultor familiar do município de Dois Vizinhos, e membro da direção executiva da entidade.

58a Assembleia Geral Ordinária da Assesoar, com a presença do Dom Edgar Ertl.

Atualmente, a entidade atua com três eixos principais de trabalho, a formação, educação pública e agroecologia. Na formação, se entende como um processo de estudo e debate sobre a sociedade, buscando o entendimento desde a história até o contexto atual. “A formação é para que possamos formar os trabalhadores para ação, para organização e luta popular, através de grupos de formação organizados na região”, diz Cristiane Katzer, agricultora familiar de Flor da Serra do Sul, presidenta da Assesoar.

A educação pública e do campo, onde defende a educação de qualidade como um direito de todos e todas, lutando contra o fechamento das Escolas, principalmente as do campo.

Na atuação com a agroecologia, a Assesoar defende um novo modelo de agricultura, mas também um novo modelo de relação com a terra, com respeito ao solo, a natureza, as sementes crioulas, a biodiversidade e a população que mora e produz no campo.

“A Assesoar é uma organização onde vem e debate na área que a gente pensa, na agroecologia, produção orgânica, na defesa da agricultura familiar, uma produção diferenciada, onde respeita o meio ambiente e pensa o todo da propriedade, e por isso que a gente se engaja na Assesoar, por ser esta entidade onde pensa em vários aspectos”, diz Edenir Basso, agricultor agroecológico, associado da Assesoar do município de Marmeleiro.

Edenir Basso, agricultor familiar de Marmeleiro, no manejo de tomates orgânicos.

Na sua história e pela característica de suas ações, ela se identifica e assume um trabalho com as organizações e os movimentos sociais populares, em fóruns, redes e articulações, espaços nos quais estabelece uma relação de cooperação, parceria e de compromisso político estratégico.

“Hoje a Assesoar cumpre na região um papel muito significativo de organização e articulação através das parcerias que se caracterizam no fórum regional, no coletivo Regional de mulheres e nos trabalhos em rede, como exemplo a Rede Ecovida”, comenta Cristiane Katzer.

A Assesoar tem se desafiado a continuar atuando de forma efetiva na construção do projeto popular, contribuindo no campo e na cidade como instrumento da classe trabalhadora. Buscando uma sociedade justa e igualitária, trazendo sua experiência histórica como diretriz para os próximos anos.

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