“Contra as violências: Nosso corpo é político”, foi o tema do encontro do Núcleo de Estudos e Ações Afirmativas em Gênero e Agroecologia (GEN), da Assesoar, realizado na sexta-feira (25/11), dia Internacional da Não-Violência Contra as Mulheres.

Com a participação de aproximadamente 35 pessoas de organizações, estudantes, dirigentes e militantes do sudoeste do Paraná, o encontro teve o objetivo de debater as violências contra as mulheres, principalmente no campo, e também apresentar e debater as ações que o coletivo LGBT realiza no Movimento Sem Terra (MST).

Aline Motter Schmitz, do coletivo Corpo, Gênero e Diversidade, da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, trouxe dados sobre os casos de violência contra as mulheres no espaço rural do sudoeste do Paraná, apresentando uma pesquisa feita por ela, onde traz dados dos registros, ou seja, denúncias feitas na delegacia, e também relatos das próprias agricultoras.

“O conceito de patriarcado explica como que as mulheres são invisibilizadas, como que não se vê o trabalho doméstico não remunerado das mulheres, e isso é muito presente na agricultura familiar, principalmente”, explica Motter.

Jackson da Silva, do coletivo LGBT Sem Terra, contou como foi a trajetória para a criação do coletivo dentro do movimento, e os desafios para esta concepção.

“Não dá para dizer que avançamos, porque a pauta já estava ali desde o início do MST. O MST ele foi construído também por mãos LGBT, e é muito importante a gente ressaltar isso, por que para mim estar hoje aqui, muitos outros sujeitos LGBT que já faziam parte da luta desde o início saíram por não ter esse conhecimento”, enfatiza Jackson.

Para fechar o debate sobre o tema LGBT, Jackson apresentou o video “LGBT Sem Terra, o amor faz revolução”, e também uma homenagem, “Justiça por Lindolfo”, jovem LGBT assassinado no ano de 2021, em São João do Triunfo.

Núcleo de Estudos e Ações Afirmativas em Gênero e Agroecologia (GEN)

O GEN foi criado pela Assesoar no ano de 2004, a partir de ações e debates internos realizados, particularmente a partir de 2002, como ampliação desse espaço de estudo para outras organizações.

“O GEN desde sua criação na Assesoar tem o objetivo de trazer o debate de Gênero e geração na região e nos movimentos. Esse ano o Encontro de GEN dá um passo muito importante, que é debater a diversidade, mas para além de debater, acolher e assumir a pauta LGBTQI como uma bandeira de todos, todas e todes, mas principalmente da Assesoar”, diz Cristiane Katzer, presidenta da Assesoar.

É de extrema importância assumir a pauta contra as violências, pois vivemos um momento histórico, em que as violências e o ódio estão sendo normalizadas, e cada vez mais precisamos levantar esse debate quanto classe trabalhadora para avançar nos direitos e na superação da cultura do machismo, do patriarcado e do sistema Capitalista.

“Entendendo que para construirmos essa nova sociedade que queremos, justa e igualitária precisamos acolher realmente a todos e não poderá haver espaço para o ódio e para a violência contra as mulheres e os LGBTs”, avalia Katzer.

Apresentações culturais

O grupo de dança Universo em Movimento, de Francisco Beltrão, realizou a abertura do encontro com uma apresentação de dança cigana, mostrando toda arte e encanto dessa cultura. E durante a atividade, tivemos a presença da professora Cecilia Ghedini, da Unioeste Francisco Beltrão, com seu violão trazendo músicas populares e históricas sobre as mulheres.

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