
O evento demonstrou os esforços para combater os problemas causados pela crise climática. Foto: André Fedel/Assesoar
O Sintraf realizou na tarde dessa quarta-feira, 26, seminário “Água é Vida”, que teve por objetivo refletir sobre as consequências da crise climática e apresentar ações de enfrentamento. Estiveram presentes, agricultores familiares, estudantes, professores e representantes da Cresol, do IFPR, da Assesoar, da prefeitura, da igreja e da imprensa.
Proteções de fontes de água, orientação e acompanhamento técnico para a produção de alimentos saudáveis consistem em importantes respostas para a preservação das riquezas naturais. O Sindicato em parceria com Cresol, tem realizado por meio de projetos estas ações que visam fortalecer 50 famílias agricultoras em Coronel Vivida e Honório Serpa.
O educador popular da Assesoar, André Fedel, destacou a relevância do seminário e a urgência de políticas públicas voltadas à segurança hídrica e à sustentabilidade da agricultura familiar. Em entrevista, ele relembrou o impacto da seca de 2020 e 2021 na região Sudoeste do Paraná e as mobilizações realizadas pelos sindicatos e movimentos sociais para cobrar ações efetivas do poder público. “O seminário ‘Água é Vida’ foi mais um anúncio do que o sindicato tem construído nos últimos anos. Durante a pandemia, nossa região foi fortemente afetada por uma crise hídrica, resultado tanto da escassez de chuvas quanto do uso descontrolado dos recursos hídricos, como a perfuração excessiva de poços artesianos. Diante desse cenário, sindicatos e organizações como a FETRAF, a Assesoar e outros movimentos se mobilizaram para denunciar a situação e reivindicar apoio para a agricultura familiar”, afirmou Fedel.
O educador ressaltou ainda que o seminário não apenas denunciou os desafios enfrentados pelos agricultores, mas também apresentou soluções concretas, reforçando a importância da organização coletiva e da luta conjunta por políticas públicas que garantam a preservação dos recursos naturais. “O evento representou mais um momento de anúncio, como diria Paulo Freire, mostrando que há uma agricultura familiar que resiste, que produz alimento e que preserva o meio ambiente, muitas vezes de forma invisibilizada. Esse projeto desenvolvido pelo Sintraf e pela Cresol traz caminhos simples, mas politicamente significativos, demonstrando a preocupação dos agricultores com o futuro”, completou.
A professora do IFPR, Lígia Kochhan, apontou o modelo hegemônico de produção como principal causa da crise climática, tendo em vista que coloca a exploração dos recursos naturais acima da preservação. “Ninguém come dinheiro, precisamos de alimento, de água”, diz Kochhan, alertando para repensarmos as práticas produtivas.
Nesse sentido, Ivan Duarte, presidente da Cresol União, frisou a diminuição do volume de água nos últimos anos e a escassez que estamos sentindo nos dias atuais. Ele também alerta para refletirmos sobre o modelo econômico que estamos se utilizando.
Padre Ronaldo Kuhnen, pároco da Paróquia São Roque, levou reflexões acerca do tema da Campanha da Fraternidade 2025: Fraternidade e ecologia integral. Kuhnen afirma o compromisso da igreja em debater essa temática e contribuir na conscientização da sociedade. “Como não vamos refletir e cuidar da nossa casa comum? Nossas ações contagiam e transformam verdadeiramente a vida”, disse.
Vilmar Bombana, vice-presidente da Cresol União, provocou para as organizações e público ali presente, darem continuidade nas ações de preservação ambiental e fortalecerem as relações pensando no bem comum e desenvolvimento sustentável da região.
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