As cinco estruturas que estão sendo construídas no Paraná, ajudam no desenvolvimento produtivo e na geração de renda para as famílias da agricultura familiar

A secagem e o armazenamento de cereais é um fator que limita o desenvolvimento da agricultura familiar, já que grande parte dos agricultores familiares e camponeses não dispõe de estrutura para a secagem e armazenamento de grãos. Com isso, acabam se obrigando a pagar um preço alto para beneficiar sua produção ou vender e comprá-la mais tarde para suprir as necessidades da família e da criação de animais.

Construção do silo na família Silva, em Fernandes Pinheiro.

Os modelos de silos disponíveis no mercado são de alto custo e necessitam de mão de obra especializada para construção, operação e manutenção, o que inviabiliza a obtenção pelos agricultores familiares e camponeses.

“A existência de uma estrutura própria, um silo secador/armazenador na Unidade de Produção e Vida Familiar (UPVF), reduz os custos de produção e possibilita que as famílias utilizem a própria produção nas demandas de sua unidade. O silo diminui os custos de pagamento por serviços de transporte, secagem e armazenagem, e as perdas em quantidade e qualidade. Além disso,por ser uma tecnologia popular, as famílias têm domínio sobre a construção, operacionalização e manutenção, podendo inclusive utilizar estruturas e materiais existentes na própria unidade para realizar a construção”, explica o engenheiro agrônomo da equipe da Assesoar, Felipe Grisa.

Analisando estes fatores, é que a Assesoar pensou em tecnologias adaptadas e de baixo custo que, através de uma política pública, poderiam estar ao alcance desses agricultores.

E neste ano, através do Projeto Trienal da Assesoar estão sendo construídos cinco silos, sendo quatro em UPVF’s da região sudoeste, e um na região centro do Estado. A quantidade e tamanho dos espaços são dimensionados conforme a demanda das famílias. As estruturas recentemente construídas têm capacidades de secagem e armazenamento que variam de 180 a 500 sacas de milho.

Construção de silo na Família de Roseli Dutra.

Na região sudoeste foram construídos nas UPVF’s da família Felizardo, no município de Dois Vizinhos, na família do agricultor Claudioney Dalefe Wastchuk, em Marmeleiro, e dois silos no município de Santo Antônio do Sudoeste, na propriedade familiar da agricultora Roseli Dutra e da agricultora Lucélia Crespão.

“A implantação do silo melhora muito a qualidade da alimentação dos animais e a praticidade do trabalho, porque tá ali na propriedade, embaixo do galpão, ta pertinho quando precisa tá fácil. Não tem custo de levar o produto, de pagar o armazenamento, o custo de buscar depois, facilitou muito. Estamos muito contentes com isso”, conta o agricultor e associado da Assesoar, Lucas Felizardo.

Armazenagem de grãos para partilha com as famílias

Na região centro do estado, o silo foi construído na unidade de produção da família Santos, em Fernandes Pinheiro, local que a partir da articulação do Coletivo Triunfo e a Rede Sementes da Agroecologia (ReSA), é mantida uma Casa de Sementes. Os silos, cuja finalidade é secar e armazenar grãos e sementes para uso nas próprias UPVF’s, também é uma tecnologia para os guardiões de sementes, que visam armazenar as espécies para a comercialização e partilha com outras famílias agricultoras.

Para Silvestre Oliveira dos Santos, guardião de sementes e integrante do Coletivo Triunfo, a construção do silo é uma tecnologia importante para diminuir as perdas em sementes.

“Nós estamos muito contente com a construção do silo através da Assesoar, e já estamos percebendo uma boa coisa, ela foi feita em um lugar que não tinha conhecimento, e a perda que estava tendo nos anos passados por causa de sementeira, por causa de grãos que estão perdendo por não ter esse silo. Agora com o silo facilitou 100% para o coletivo”, enfatiza Silvestre.

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