Entre os dias 21 a 23 de fevereiro, na cidade de Morretes, sede da AMORISA na comunidade do Rio Sagrado foi realizada a primeira reunião do ano da ReSA- Rede Sementes da Agroecologia.
Estiveram presentes mais de 60 participantes representando 25 municípios do Paraná, contando com 16 entidades ligadas a movimentos sociais, ONGS, Grupos de Guardiões, Terras Indígenas, Redes de agroecologia, Coletivo Triunfo e simpatizantes da agroecologia com professores do Serta de Pernambuco. Pelo grupo Coletivo Triunfo assessorado pela AS-PTA estiveram presentes agricultores e agricultoras de São João do Triunfo, Palmeira, São Mateus do Sul, Teixeira Soares e Rio Azul.
Em um primeiro momento do encontro, tivemos a recepção realizada por membros ligados aos grupos do Litoral e também da Resa, onde foram apresentadas as experiências que a Rede Litoral e ReSA realizam com agroecologia e principalmente ao foco da agrobiodiversidade, políticas públicas e a legislação em torno das sementes e programas de governo como a merenda escolar no estado do Paraná.
Em um segundo momento da reunião foi a visita a área experimental do IAPAR onde a visita realizada mostrou aos participantes o banco de germoplasma vivo de frutas nativas, onde foram visitadas experimentos com mais de 15 espécies de frutas nativas executados em algumas áreas separadas e outras consorciadas. Também o sistema de criação de búfalos e manejo florestal de pupunha e palmito. Para os visitantes, foi uma experiência riquíssima que trouxe a valorização de se cultivar frutíferas em sistemas agroflorestais.
Em um terceiro ponto foi a participação dos deputados estaduais, Tadeu Veneri, Luciana Rafagnin, deputado Jorge Brand (Goura), onde foi apresentada a ReSA em seu contexto desde a sua formação e também as reinvindicações colocadas em questão das políticas públicas sobre a agrobiodiversidade, merenda escolar e uma lei estadual de agroecologia que venha amparar as famílias agricultoras que produzem alimentos saudáveis. Tivemos um comprometimento em conjunto e com certeza avanços com os deputados em voltar a ter uma segurança maior para a agricultura familiar valorizada.
O ponto mais importante do encontro foi o depoimento das Guardiãs das Sementes Crioulas, onde foram 17 depoimentos de mulheres guardiãs que emocionou a todos os participantes, mostrando o que é ser uma mulher guardião de uma família, um lar, uma semente e principalmente a discriminação que sofreram em décadas e muitas continuam sofrendo ainda dentro da sociedade em que vivem, onde trouxe a reflexão e a valorização das mulheres do campo quando buscam a cortar seus benefícios e tirando muitas vezes a voz ativa em decisões familiares e comunitárias, sem feminismo não se faz agroecologia.
A ReSA estará preparando o calendário anual de festas e feiras das sementes onde já temos 15 momentos confirmados e logo estará circulando a todos para acesso e participação dos eventos.
Partilha de Sementes entre os participantes no encerramento
André Emilio Jantara | Assessor técnico da AS-PTA.
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