
O educador Popular, Éder Borba, representou a Assesoar e a Apec (PR) na Assembleia, em defesa à escola do campo.
Na tarde de terça-feira, 22 de julho, o Chefe do Núcleo Regional de Educação de Dois Vizinhos, professor Dirsio Ferreira da Silva, convocou uma Assembleia Geral para tratar sobre a possível cessação das atividades da Escola Estadual do Campo de Iolópolis – Ensino Fundamental, localizada no Distrito de Iolópolis, no município de São Jorge D’Oeste (PR). A Assesoar e Articulação Paranense por uma Educação no Campo (Apec-PR) estiveram presentes, representadas pelo educador popular Éder Borba, reafirmando que a educação é um direito de todos e um dever do Estado, e deve ser entendida como investimento.
A iniciativa de fechar ou privatizar instituições de ensino vai na contramão do papel social da escola. Para a Assesoar, “Escola é vida na comunidade”. No Distrito de Iolópolis vivem cerca de 70 famílias, que dependem das instituições locais de ensino: a escola estadual atende 29 educandos e a escola municipal, 40 crianças, em sua maioria moradores do campo.
Após a reunião, Éder Borba destacou que, nos últimos dez anos, esta foi a quinta assembleia convocada com a intenção de encerrar as atividades das escolas da comunidade. “Não é um episódio isolado, é uma tentativa recorrente de esvaziamento da educação do campo”, alertou.
O educador também questionou o horário da assembleia, marcada para as 16h30 — um momento que não contempla a realidade das famílias agricultoras, que muitas vezes ainda estão no trabalho nesse período. Apesar disso, cerca de 50 pessoas compareceram, entre professores, estudantes, mães, pais, responsáveis, representantes da comunidade escolar, do Executivo e Legislativo municipal, da Secretaria Municipal de Educação e do próprio Núcleo Regional.
A votação, realizada por cédula e com voto secreto, teve resultado claro: ampla maioria contrária à cessação das atividades, com apenas um voto favorável ao fechamento da escola. “Uma assembleia é espaço para ouvir e respeitar a decisão da comunidade, e não uma simples formalidade. Cessar é o primeiro passo para fechar. E se fechar a escola, fecha também a comunidade”, afirmou Éder Borba.
A ata da assembleia deverá ser encaminhada ao Conselho Estadual de Educação, que dará seu parecer à SEED.
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