O Projeto Tecnologias Ecológicas (PTE) teve como objetivo fortalecer a agroecologia na região Sudoeste do Paraná por meio da geração de uma maior autonomia produtiva das famílias agricultoras dentro das Unidades de Produção e Vida Familiar (UPVFs)
As tecnologias ecológicas escolhidas no projeto foram: silos secadores de grãos, cisternas de ferro-cimento e agroflorestas. Seu processo de implantação foi participativo e a instrução para sua montagem e instalação partiu dos técnicos da Assesoar no trabalho diário e também por meio de materiais pedagógicos. Para todas as tecnologias forma feitas cartilhas explicativas sobre seu funcionamento, estratégia de implantação e a sequência de condução.
Durante o projeto foram realizadas oficinas de planejamento junto às famílias, com participação dos técnicos e organizações locais, para a escolha e preparação das áreas de implantação das agroflorestas que foram mapeadas – e iniciado o processo de recuperação e preparo do solo, com plantio de adubações verdes, mineralização e preparo de adubação orgânica (esterco curtido), para ser utilizada no plantio das mudas. Cada UPVF pode escolher – levando em conta os diferentes solos, microclimas e interesse da família – um número máximo de 3 espécies que funcionarão como ‘carro chefe’ para a comercialização. Assim, cada agrofloresta poderia ter até 3 espécies prioritárias e os demais serão espécies diversificados. Após a aquisição das mudas, iniciou-se a realização das oficinas de implantação das agroflorestas, inicialmente em 8 municípios. Após a realização da oficina em uma UPVF, com a participação de todas as famílias beneficiárias de cada município e as organizações locais, seguiu-se a implantação das outras agroflorestas.
As implantações ocorreram em mutirão após a vivência no intercâmbio com a COOPERAFLORESTA, no município de Barra do Turvo, estado de São Paulo. No intercâmbio, as famílias do Sudoeste do Paraná visitaram 4 UPVFs associadas da cooperativa. Os (as) agricultores (as) conheceram práticas de implantação e manejo de agrofloresta bem como de industrialização e comercialização de alimentos, o que estimulou a compreensão sobre todo o processo.
As agroflorestas foram implantadas de acordo com mapas elaborados coletivamente para cada UPVF e as implantações foram feitas no período de 2011 a 2014. Foram implantados consórcios contendo 10 espécies florestais nativas, 23 espécies frutíferas (seis delas nativas), três espécies de adubação verde e 7 espécies de cultivos agrícolas anuais.
A estratégia para construção do conhecimento sobre a experiência do Projeto Tecnologias Ecológicas (PTE) em relação às agroflorestas deu-se com base nas técnicas de sistematização que visa analisar e contextualizar a vivência, visando “olhar o sentido e o significado da nossa prática” (HOLIDAY, 2006) para que se possa promover a apropriação do conhecimento gerado por parte dos envolvidos na ação analisada, promovendo o diálogo entre esta ação e o conhecimento construído anteriormente, gerando, então, um novo conhecimento. Este processo utilizou constantes reflexões e, posteriormente, com a utilização de questionários, oficinas participativas e entrevistas em campo. O resultado do trabalho, o conhecimento gerado são então, apresentados ao longo deste material, em que a vivência das famílias participantes é traduzida em suas próprias falas e complementada pela teoria sobre ecologia florestal, agroflorestas e sistemas agroflorestais.
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