A luta pelas sementes não se faz de forma isolada, mas sim na organização popular

A luta pelas sementes não se faz de forma isolada, mas sim na organização popular

Nos últimos dias, várias organizações têm desenvolvido atividades relacionadas a preservação da biodiversidade, principalmente a preservação de sementes crioulas. Trata-se, da luta pela garantia da autonomia dos agricultores e agricultoras, que dependem das sementes para produzir alimentos.

Desta forma, após a 12ª Festa das Sementes na região Sudoeste do Paraná, também ocorreram a 13ª Feira Regional de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade realizada no município de Bela Vista do Toldo – SC, a Assesoar foi convidada pela AS-PTA, com objetivo de realizar troca de experienciais em sementes crioulas e agroecologia durante seminário, fortalecendo os vínculos interinstitucionais com organizações que debatem temas relacionados aos trabalhos que estamos desenvolvendo. Espaços onde, experiências como a da família Miola que possui um banco de germoplasma, podem ser compartilhadas.

Também a Assesoar participou nos dias 29 e 30 na Fundação Vida Para Todos (ABAI), em Mandirituba, da III Festa da Semente Crioula. Junto com representante da equipe e direção, participaram os agricultores Vilma e Isac Miola, guardiões da sementes do município de Dois Vizinhos.

Durante o primeiro dia foi realizado uma conferência com Adolfo Pérez (Premio Nobel da Paz) e representantes da Comissão Estadual da Verdade do Paraná. Esta atividade teve como foco o debate conjuntural da América Latina, contando com a participação trabalhadores do campo e da cidade. No dia 30, aconteceu a III Festa da Semente Crioula, a qual teve início com uma mística envolvendo adultos, jovens e crianças, simbolizando a importância da preservação da biodiversidade e o enfrentamento ao agronegócio. Após a mística foi realizado um resgate histórico das festas anteriores e uma homenagem à irmã Lina e aos 40 anos da CPT. Em seguida organizações parceiras abordaram a importância de preservação da biodiversidade, o embate ao agronegócio e a importância de espaços como as Festas e Feiras de sementes crioulas.

Como fechamento das atividades da manhã, Adolfo Pérez abordou a importância do trabalho que vem sendo realizado pela ABAI nos aspectos sociais e produtivos. Também foi realizado a entrega de certificados de guardiões das sementes à 7 agricultores.

No período da tarde, a festa terminou com a mística e a partilha das sementes.

Atualmente, as sementes vêm sendo cada vez mais privadas das mãos dos agricultores e agricultoras, poucas empresas no mundo, controlam a maioria das sementes utilizadas na produção agrícola. Nada mais é do que a privatização dos recursos naturais de interesse social, estas empresas se apropriam da riqueza gerada pelas sementes, podendo vender ao preço que quiserem, objetivando ganhos financeiros elevados e controle da produção de alimentos.

Entretanto, no atual modelo social, controlar as sementes é controlar a sociedade, sem permitir que possamos decidir o que vamos produzir e muito menos o que vamos poder comer nas refeições diárias, a final cada dia estamos pagando mais pelo patrimônio social.

Desta forma muitas Organizações, Movimentos Sociais, Entidades estão se mobilizando em prol da garantia da biodiversidade nas mãos dos agricultores e agricultoras, assim, esta realizando várias atividades que objetivam o caráter de troca desta biodiversidade tão importante para os povos do campo.

Confira algumas fotos das atividades.