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Sementes Livres: Socialização da Riqueza e Controle Popular

Mais de 1400 pessoas, na sua maioria agricultores e estudantes de toda a região Sudoeste, participaram ontem, dia 05 de Agosto, da XII Festa Regional das Sementes com o tema: Sementes livres: socialização da riqueza e controle popular, que aconteceu no município de Capanema. O objetivo da festa foi de debater sobre o controle popular das sementes e possibilitar que os agricultores familiares e camponeses da região partilhassem seus conhecimentos e suas sementes visando a discussão e a construção de um projeto alternativo para o campo. A festa teve três grandes momentos.

Primeiro, uma mística, organizada pela Assesoar, professores e crianças do colégio Tancredo Neves, do município de Capanema que, em forma de teatro, proporcionou aos participantes, um momento de reflexão sobre o tema da festa.

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Segundo, uma fala de João Pedro Stédile, representante da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em sua fala, Stédile ressaltou duas importantes questões: 1) O controle exercido pelos bancos na organização da economia e na vida das pessoas. Segundo Stédile, o capital financeiro conseguiu se difundir por todo o planeta e extrair de todos os trabalhadores uma parte de sua jornada de trabalho. Para tanto, mencionou como os governantes dos países repassam aos bancos o valor desta jornada de trabalho excedente na forma de juros de “dívidas públicas”, como no caso do Brasil que repassa 280 bilhões de reais aos bancos. E estes exercem forte influência na dinâmica da política e economia dos países. 2) A transformação dos alimentos em mercadorias e o controle exercido pelas grandes corporações na agricultura. Para João Pedro, os alimentos deveriam ser de acesso a todos já que são imprescindíveis para a vida humana. O problema, segundo ele, é que as grandes empresas buscam extrair o máximo de lucro e com isso exploram os agricultores pagando pouco por sua produção e, por outro lado, vendem aos consumidores a preços altos. Citou os exemplos do leite, no qual, quatro empresas controlam o preço a nível mundial, e o controle de 500 empresas sobre tudo o que se produz no mundo. No caso da agricultura ele indicou que 50 empresas controlam o que se produz, divididas por áreas, principalmente: 5 nos grãos (Monsanto, Cargil, ADM, Dreyfus e Syngenta) e 4 nos agrotóxicos (Basf, Bayer, Monsanto, Syngenta).

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O terceiro momento, o mais aguardado pelos agricultores, foi a troca e a partilha das sementes. Muitos agricultores trouxeram sementes para a troca, várias destas quase não existem mais. Num calculo feito pela coordenação mais de 300 espécies e variedades de sementes estavam disponíveis para troca.

Elaborado por Ricardo Callegari e Amaro Korb Rabelo

Confira mais fotos.

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1 Comentário

  1. Não foi isso que o Stédile disse:
    “O controle exercido pelos bancos na organização da economia e na vida das pessoas. Segundo Stédile, o capital financeiro conseguiu se difundir por todo o planeta e extrair de todos os trabalhadores uma parte de sua jornada de trabalho. Para tanto, mencionou como os governantes dos países repassam aos bancos o valor desta jornada de trabalho excedente na forma de juros de “dívidas públicas”, como no caso do Brasil que repassa 280 bilhões de reais aos bancos. E estes exercem forte influência na dinâmica da política e economia dos países”.

    Ele disse:
    O controle exercido pelos bancos e pelas empresas na organização da economia e na vida das pessoas. Segundo Stédile, o capital financeiro e as transnacionais extraem uma parte de nossa jornada de trabalho e controlam nossas vidas. Disse, usando o exemplo do preço do leite, que é controlado, no mundo, por 4 empresas, como elas se apropriam do trabalho de cada um de nós. Disse, também, como uma parte dos impostos, arrecadados pelos governos, que pagamos em todas as mercadorias, são repassados para o capital financeiro na forma de juros da dívida pública. No caso do Brasil, são 280 bilhões de reais, repassados aos bancos, todos os anos. E estes exercem forte influência na dinâmica da política e economia dos países.


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